mas aquela crosta cinzenta de certa forma me protegia
das vozes agudas, das paredes geladas, dos toques insensíveis
eu não queria limpar, eu via sentido no vazio que ocasionava a poeira
eu via tanto sentido naquele aglomerado de partículas que era capaz de mantê-las ali pra sempre
mas alguém varreu a poeira
e não fui eu
alguém varreu a poeira pra longe. seria o vento?
oh, dúvida. agora, eu vejo o vazio, é um buraco, um vazio preto, mais feio que as cinzas
o abismo acaba comigo.
1 comment:
Bem-vinda ao grupo, minha outra-metade-poética.
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