Thursday 12 February 2009

O cenário: qualquer barzinho de beira de estrada que venda cachaça barata. Os personagens? Eu e ele sempre. Sei lá o motivo, mas ele disse que precisava conversar. Algo sobre explicar-se de alguma coisa, "colocar os pingos nos is"... é, esse tipo de coisa mas confesso não entender.

Cumprimentou-me com um sorriso sem nenhuma graça, sem nenhum brilho. Logo, sentou-se à minha frente. Ora olhava o copo, ora olhava para as minhas mãos. Eu segurava o meu copo, bebia uns goles e depois tornava a colocar as mãos sobre a mesa. Sempre fazendo alguma canção com o bater dos dedos, sempre. Ou em qualquer lugar.


Ele ia falar qualquer coisa. Sei lá, quem sabe pedir desculpas. Mas antes que ele começasse a falar eu tomei a palavra... não conseguiria deixar com que ele mais uma vez me soterrasse. Já fizera isso uma vez com ações e eu não deixaria que ele fizesse isso uma segunda vez com palavras que dão nós na garganta. 

Não, não precisas pedir desculpas por coisas que nunca fizestes. Fostes inventado, esses sentimentos todos mentiras guardadas e por bem não as revelei. Não entendes que estás sendo deixado para trás ou não acreditas que um dia eu suspirava dizendo o teu nome baixinho, antes de dormir, cantando a canção? Em quais dessas duas coisas tu queres acreditar? 

Não há espaço para linhas de amor. Ou a gente inventa, ou a gente morre só. Ou só morre. Mesmo que seja morrendo de amor. Amor que não existe, amor que persiste. 

1 comment:

César said...

Gostei muito desse jogo de palavras: "[...]a gente morre só. Ou só morre.[...]" Seja lá como for, a gente sempre nasce só e morre só. Assim, a gente só morre só...