Cai a noite na montanha
O vendo rodopia em torno
Das imensas árvores
Imersos sentimentos
A solidão e seu silêncio
Gritantes me pegam pela mão
Me largam no vazio
Me jogam ao fundo frio
Da dolorosa escuridão
Meus olhos, ah só me enganam
Não trabalham com a minha mente
Que cria realidade mais cruel
Que a própria realidade real!
O sentimento que por ti
Formou-se certo dia
Quer tomar conta de meus sentidos
Não deixo...tranquei a porta
Que venha alguma coisa
Ter significado nessa hora
Em que nem a música me faz
Sequer sorrir de leve
Me leve logo
Se é pra viver desse jeito
Sob o domínio do vento
Que infeliz se move
E me leva ao fundo
De abismos intermináveis...
2 comments:
Oi, Su. Mais um belo trabalho cheio de simboligia. Inicia com montanha e termina com abismo, fala de gigantes e escuridão. Interessante, ontem mesmo tava relendo alguns fragmentos da Odisséia de Homero, sobre Ulisses preso numa caverna (numa montanha) por um cíclope (gigante de um olho só)que fica cego (na escuridão). Quando li o teu poema, as imagens do gigante Polifemo, Ulisses, e sua Odiéia me vieram imediatamente à mente. Que coisa, né? Poema não é pra ser interpretado, e sim lido e sentido. Pelo menos penso assim. A licença poética é uma vazão que o poeta faz, no chamaod fluxo de consciência, de deixar rolar as pedras "montanha" abaixo ou acima,... Sem saber aonde e no que vai dar. E ao final, constatar que ficou um poema que tenha significado não apenas pro autor, mas principalmente pro leitor, que interpretará de acordo com a sua visão de mundo. Parabéns, miga. O título tb muito original. Gostei muito. Um abração.
Amiga, enchi os olhos de lágrimas ao ler, tu guarda tanta beleza, tanto sentimento dentro de ti...fico impressionada c/ a tua poesia...
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