Sunday, 5 August 2007

Mudança do vento infeliz...

Cai a noite na montanha

O vendo rodopia em torno

Das imensas árvores

Imersos sentimentos

A solidão e seu silêncio
Gritantes me pegam pela mão

Me largam no vazio

Me jogam ao fundo frio

Da dolorosa escuridão

Meus olhos, ah só me enganam

Não trabalham com a minha mente

Que cria realidade mais cruel

Que a própria realidade real!

O sentimento que por ti
Formou-se certo dia

Quer tomar conta de meus sentidos

Não deixo...tranquei a porta

Que venha alguma coisa
Ter significado nessa hora

Em que nem a música me faz

Sequer sorrir de leve

Me leve logo

Se é pra viver desse jeito

Sob o domínio do vento
Que infeliz se move

E me leva ao fundo

De abismos intermináveis...

2 comments:

José Antonio Klaes Roig said...

Oi, Su. Mais um belo trabalho cheio de simboligia. Inicia com montanha e termina com abismo, fala de gigantes e escuridão. Interessante, ontem mesmo tava relendo alguns fragmentos da Odisséia de Homero, sobre Ulisses preso numa caverna (numa montanha) por um cíclope (gigante de um olho só)que fica cego (na escuridão). Quando li o teu poema, as imagens do gigante Polifemo, Ulisses, e sua Odiéia me vieram imediatamente à mente. Que coisa, né? Poema não é pra ser interpretado, e sim lido e sentido. Pelo menos penso assim. A licença poética é uma vazão que o poeta faz, no chamaod fluxo de consciência, de deixar rolar as pedras "montanha" abaixo ou acima,... Sem saber aonde e no que vai dar. E ao final, constatar que ficou um poema que tenha significado não apenas pro autor, mas principalmente pro leitor, que interpretará de acordo com a sua visão de mundo. Parabéns, miga. O título tb muito original. Gostei muito. Um abração.

SooZ said...

Amiga, enchi os olhos de lágrimas ao ler, tu guarda tanta beleza, tanto sentimento dentro de ti...fico impressionada c/ a tua poesia...