Anseios da meia-noite

Me leve embora daqui
Lua polar
Lua branda
Singular


Me faça estar em Marte
Me fizeste Vênus
Quero um abrigo
Uma palavra
Ah esse anseio!

A noite caiu
Como um véu na
Madrugada gélida
E me esfriou
Congelou este coração
Que nem aventuras quer mais

Venha Lua polar
Branca, alva, névoa
Lua nova alta no céu
Não quero adormecer agora
Quero ver, ah se eu pudesse!

Não quero mais ansiar
Quero ter e quero
Agora, aqui e já
Pra onde correr?

Se os caminhos
Já se cruzaram e se
Fecharam minha face
Fecharam meu sorriso

Eu desejo então
Lua polar
Entregar o meu destino
A minha alma
Minha canção e poesia
Ás desventuras

Da jornada sórdida
Sofrida e sarcástica
Que é entregar-se ao
Amor profundo

O amor é o presente de grego
Que todos queremos ganhar
E oh Lua!
Como é prazeroso cortar
A própria carne à faca
Com os desejos do amor!

Como se faz exuberante
A lágrima chorada em função
Das vísceras do amor!

Eu te digo, Lua polar
Dessa vez eu quero
Esse presente
E não me engano

Se me enganar
Te chamo novamente
E dito-lhe tudo outra vez
Poeticamente