Wednesday 23 February 2011

Fahrenheit 451- Ray Bradbury


Em algum momento das nossas vidas, nos deparamos com letrinhas que dizem muito sobre aquilo que está dentro de nós. Nos desdobramos com sentimentos, tormentos, alegrias e aflições que dizem respeito apenas aquilo que podemos imaginar como seja.

Mas Fahrenheit 451 é um livro que nos remonta à uma realidade que revela o coletivo. Nessa instigante narravita de Bradbury, a sociedade é retratada de uma forma tão nossa, que é impossível ficar indiferente. Paredes que assumem papel de televisão, bombeiros que têm por função queimar - os livros - pessoas fúteis e despreocupadas com uma guerra que está prestes a eclodir. Nunca foi tão fácil enxergar o nosso tempo em um livro escrito em 1953.

Deixo aqui uma passagem do livro que me marcou muito. Apenas uma das tantas outras que me fizeram refletir sobre tudo o que vivemos, fazemos e como vivemos/fazemos.

"Cada pessoa deve deixar alguma coisa atrás quando morre, era o que meu avô dizia. Um filho, um livro, um quadro, uma casa, um muro que construiu ou um par de sapatos que tenha feito. Um jardim que plantou. Alguma coisa que sua mão tenha tocado de alguma maneira, de modo que sua alma tenha aonde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, ele dizia, desde que você mude alguma coisa - uma coisa era de um jeito antes de você tocá-la e passa a ser parecida com você depois. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um jardineiro de verdade está no toque, ele dizia. O cortador de grama bem poderia nunca ter passado por ali; o jardineiro estará lá a vida toda."

Prefiro não tecer mais comentários sobre o livro. Acredito que com esse pequeno fragmento é possível despertar em vocês, caros leitores assíduos do blog, o desejo de embarcar nessa história. Que fala da gente. De toda a gente.


1 comment:

Porthos said...

Mui interessante, um dia vou ler! *__*