Tuesday 22 February 2011

Um momento, em fragmento.

Enquanto uma melodia ecoa pelo quarto, arrastando-se nas paredes, tento fugir cada vez mais das forças que me levam para um espaço muito distante do que este. Se desprender é difícil e necessário. Das coisas, das pessoas, dos nossos hábitos e velhos pensamentos que atormentam. Um ímpeto me leva a gritar tudo em silêncio e chorar a seco. Seria tão difícil assim, seguir um curso normal por um segundo? Seria possível, em um universo paralelo e ideal não ansiar nem por um instante o instante seguinte? E quem nos segue? Quem seguimos? Quantas perguntas. Sem saber quem realmente sou, me baseio naquilo que escuto e não enxergo nada que escuto e também não penso que seja aquilo que pensam.

O passado pesa muito, isso é verdade. Se aloja nos ombros e basta uma música, um perfume ou uma cor para que ele retorne. No entanto, o futuro é muito pior. Porque ele é a imaginação dos perfumes, das músicas e das cores. Não é concreto e palpável como o presente jogado no lixo, se desgastando tanto com o que está por vir.

Tentei sair um pouco hoje e respirar um ar que fosse desses momentos reais e concretos em si mesmos, mas não consegui.

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