Wednesday 19 August 2009

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E aqui, agora, enquanto caem os pingos esparsos da chuva que se esvai até encontrar o amanhecer, sim, me faria muito feliz acariciar a tua face em vez de correr meus dedos sobre as páginas amareladas de um livro. Sentir pesar o teu pesar, engolir de uma só vez o teu suspirar. Seria injusto dizer que pouco me contenta porque até o nosso silêncio para mim é tudo.
Escrevo na ânsia que as horas apressem-se para buscar o sol porque amanhã é dia. Dia de ver, tocar, amar, um amor tão puro e denso que só ao tentar descrevê-lo pecaria pela falta de justiça a tudo o que sinto.
E a madrugada me leva com pensamentos que há muito são teus e pela eternidade prometida em outros versos para sempre teus serão. A chuva já foi, o vazio se transpôs, recobro a calma. Agora durmo, para esperar o dia.

escrito no dia 17 de agosto durante uma chuva do caramba.