Coloquei minhas mãos sobre seus olhos enquanto ele mantia-se imóvel com a cabeça no meu colo. Comecei a cantar uma música qualquer, baixinho. Não sei se por amabilidade ou o quê, ele sorria e balançava seu corpo, respondendo que tudo estava bom. Era tão mágico poder fechar seus olhos e cantar na atmosfera pra ele.
A tarde baixava lá na linha do horizonte. O sol ainda reinava no céu azul deixando tantas nuvens brancas mais brancas ainda. Bem, a questão é que ele conseguia falar de estrelas mesmo sem exergá-las. E toda a descrição era tão perfeita. As pontas, a simetria, os lados das estrelas. Os lados que brilham, os lados que apagam. Entendi tudo só através daquele olhar que um dia eu tapei.
A noite é tão...mas tão impiedosa que paira num céu negro sem sequer sinal de um ponto aparecer por ali. Só pra lembrar que a vida não é feita apenas de escuridão e dor. Sinto que já não sou mais nada. Apenas amada pela noite, que me amarra em constante solidão.
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