Saturday 7 February 2009

Um suspiro, um cansaço, um gemido ou quem sabe apenas um sussurro conseguira proferir naqueles primeiros instantes de nova vida, velha rotina de vida sozinha. 

Estivera provavelmente bebendo muito, pois percebeu-se apenas vestida com suas peças íntimas, esparramada sobre o sofá, o corpo dolorido como quem é arremessado do alto de uma construção. Só pra se desconstruir, saca? 

Na mesinha da sala muitos copos, alguns estavam meio vazios, outros estavam completamente vazios. Uma infinidade de cd's espalhados pelo chão. A noite tivera sido grande. 

Pega o telefone, precisa de uma alma amiga para conversar, mas a realidade é que precisava saber como aquela noite acabara.

- Alô? 
- Fala. Tá viva?
- Uhum, é...acho que é o que parece. Vem cá...
- Diz.
- A casa tá uma bagunça. Encontrei uns cartões na mesa, um monte de bebida pela metade... a gente foi longe dessa vez, não?
- É. O pessoal tava doidão, mas bah que festa bem boa, precisamos fazer isso mais vezes e...
- Não, não eu só quero saber se eu fiquei sozinha nesse sofá. Só isso.
- Claro. Claro que sim. Não, não, ninguém fez nada pode ficar tranqu...

Desligou o telefone e agora sim seu suspiro era de alívio, era como se tivessem tirado um peso de uma tonelada de suas costas.  Não suportaria mais iludir-se com corpos e beijos e abraços e sensações delirantes, atos libidinosos, não, não. Era princesa demais pra isso. Ou pensava que era uma princesa.

Decidira que a vida era muito mais do que a bagunça da sala e a bagunça da sua vida. Precisava levantar-se e encarar o mundo, sim ela precisava. E agora, o telefone tocava. 

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