Friday 6 February 2009

Madrugadas Insanas #2

Não sabia bem o motivo mas sentia vontade de chorar. Sim, chorar por esses três dias os quais passou sofrendo calada, deitando-se no chão úmido, debatendo-se contra as paredes gélidas e ásperas. Ah, só podia ser aquela música do Radiohead, sim ela se perguntava "what the hell am I doing here"? e aquilo fazia um sentido estrondoso dentro daquilo que ainda chamava de coração.

E apertava os olhos, fazendo força pra esquecer, pensando que assim seria uma boa maneira de apagar tudo aquilo da mente mas não existem borrachas mentais, não existem eliminadores de passados bons que não se transformaram em presentes. É, presentes...sentiram a ambiguidade da coisa toda?

É. Não teve presente. Não merecia o presente, não fora uma boa menina. Recolha seus destroços corporais, chora, eleva-te, ou rebaixa-te à categoria de um nada querendo tudo, admite sim a tua condição e chora, chora mas não penses nele porque tu és a última pessoa na qual ele vai sequer ousar em pensar. 

2 comments:

Anonymous said...

Mais um de prosa poética? Adoro esse formato, é rápido e direto...

Mr. Rickes said...

As quedas por mais que machuquem e deixem marcas, tem o lado bom. Com elas, temos a chance de aprender, levantar e seguir com passos firmes na estrada chamada vida.