Mas ao contrário de verbos e sintagmas ninguém me verá escrita em um livro. Ou sim, quem sabe se esse pequeno fragmento de pessoa vos interessar, gostaria de mostrar o que ainda está por detrás da cortina. Não, não é fácil, sentimos vergonha de nos despir. Mais vergonha de despir-nos de nossos sentimentos e pudores do que deixar o vestido encontrar o chão.
Me protejo porque não vejo outra saída. Tento me encontrar porque perdida não faço sentido e se não faço sentido não me encontro e se não me encontro, logo me perco e eis-me aqui novamente de volta à ideia inicial!
Além de dobrar na próxima esquina sem a perspectiva tola de achar alguém senão eu, percebo a cada bater de teclas o quanto é bom estar aqui, de frente comigo, ouvindo a música que eu gosto de ouvir, me furtando de mim mesma, me roubando da ilusão e me trazendo à uma realidade que pode sim ser boa porque nada passa de realidade quando nos iludimos, são apenas sonhos mal escritos... não são?
A noite cai... junto com ela, caem estrelas, caem as nuvens, caem os vestidos de meus pensamentos. Eles não encontram o chão, encontram algo que alguns chamam de fé, outros chamam de esperança, só chamo de liberdade. E pela primeira vez eu enxergo-a cintilante dentro dos meus belos olhos castanhos.
Quantos anos terão que passar para que o meu ponto interrogativo, cabisbaixo, cansado, erga-se finalmente para formar uma exclamação?
1 comment:
Muito criativa essa figura que bolastes, do ponto interrogativo cabisbaixo e cansado, erguendo-se para formar uma exclamação!
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