Monday 4 June 2007

PÂNICO

Odeio o jeito imperativo
Com que você dá as cartas
Com que prende a corda em meu pescoço
Vem a náusea, mata-me de tanto mal estar

Odeio sentir que as mãos tremem
E o corpo já não pára no lugar
Odeio sentir que eu não me domino
Que você aperta a corda até me sufocar

Com o tempo percebi sua jogada suja
E nessa eu não caio mais
Pode apertar o quanto quiser
Simplesmente deixar essa onda de
Náusea entorpecente me levar

Isso é só minha outra face
Querendo dar as caras para o mundo real
É só minha outra mulher
Voltando para o lugar de onde saiu

Aperte a corda mais uma vez
Um último suspiro
Daquela que já deveria ter morrido
Todos os desejos, os medos e os anseios
Se preparam para vir ao mundo
Para serem vividos
E nunca mais esquecidos

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