Wednesday, 18 July 2007

Mil por hora

Mesmo com o tempo meio reduzido para internet sempre procuro postar algo novo, a cada dia porque tenho escrito muitas coisas, sem contar as que ficaram de fora das postagens daqui. Claro, tem que sobrar algo inédito para quando, um dia, eu lançar meu livro. Será que isso é possível?
Mais uma da safra boa...

Poesia Cega

Venha poesia cega!
Brilhar dos meus olhos marejados!
És cega porque sofres tanto
E não vês tamanha dor
Corroer-te na linha

Num piscar de olhos
Quando os sinos tocarem
Mil palavras verbalizarão
Sentimentos frios tirados
Às pressas de tuas vísceras

Continuarás a viver
Na dualidade...
Poesia cega...ou poetisa cega?
Viverás ainda com essa estaca
Cravada em teu peito?
A incerteza e a certeza
Sugarão teu sangue inteiro...

Queres justiça do amor
És tola!
Esse sentimento
Mais dual não se vê...
Queres prazer mas precisas
Muito mais da dor

Saltou uma lágrima perfumada
Dos olhos de um menino que sonhava
Na poesia cega, muda
Surda nada tem sentido...
Essa poesia nem gosto tem

Veja as nuvens no céu
Grandiosas, negras...
Engolindo o universo para fazer chover
E limpar as dores
Das almas perdidas
Que agora jazem
No oceano límpido...

2 comments:

SooZ said...

São lindos os teus poemas...
Sinto que não te conheço..sei lá, grande parte da culpa é minha.
=|

José Antonio Klaes Roig said...

Oi, Su. Gostei demais de "A não poesia", pois colocasses algo que pra poesia é essencial: o que é de fato poema? Palavras belas mas sem sentido, ou a simplicidade do momento, e daí sua grandiosidade? Poemão e poeminha? Às vezes pensamos fazer poemão usando grandes imagens poéticas mas que não se aglutinam umas às outras, é apenas um mosaico colorido, e nada mais. Noutras, jogamos com as palavras akele antigo jogo "cinco marias", dos saquinhos com areia ou arroz, de passar por baixo da mão, por cima, jogar pro alto e pegar de volta.... Isso é poesia, cinco palavras bem expressadas fazem um poemão, ao invés de 150!!! Parabéns e continue sempre inspirada, amiga! Zé