Monday, 23 July 2007

Lego

O sol vem ofuscar meus olhos

Como se eu nunca tivesse visto brilhar

Isso é porque estou dentro de uma caixa

Sou pecinhas de montar

Ele vem com sua imponência

Onipotência

Onipresença

Pega cada peça e muda de lugar

Hoje posso ser casa...

Ser flor...

Ser dor ou ser selva

Ele me monta

Me desmonta

Com a graça do vento me leva

Ele tem olhos brilhantes

Palavras meigas

Quando muda a inclinação da reta

Podem tornar-se ásperas...

Tão ásperas...

Arma-se então o caos

Sou anjo sou demônio

Sou pingo gelado entrando

Por suas costas quentes

Pecinha de montar

Monto o teu amor crescente...

Nesse jogo de montar e desmontar

Muitas peças podem se perder

Tantas outras se quebrar

Estou aqui como que à mercê das tuas vontades

E isso, não quero mudar...

1 comment:

José Antonio Klaes Roig said...

Su. Todo poeta, além da autenticidae e originalidade deve surpreender o público leitor com sua criatividade. Em teu poema Lego, usasses bastante a criatividade e as metáforas dando um belo efeito e encaixe as palavras. Parabéns, amiga. Teus versos são sempre surpreendentes e originais.