Sunday 23 January 2011

Des(abafo)

Especialmente naquele dia, sentia-se pesada. Envolta pela manhã morna, cansada das horas vazias. Pesada assim como um móvel, imóvel. Arrepiava-se com razão... perdendo completamente a razão. E em meio a pergunta "o que será?", mais um tormento, uma tempestade se alojava no coração. Dizem que não se vive sem que tudo vire um vendaval dentro da gente...
Era a crise de identidade. Não conseguia mais ser duas... a que era mesmo e a que queria ser. Tão próximas e tão distantes. Como se o espaço de uns dias fosse o oceano.

Continuava imóvel, pesada e cansada, durante toda uma manhã morna.

2 comments:

Porthos said...

Eu já disse, mas quero frisar: gosto mtu de ler o que tu escreves. Teu estilo meio lacônico, a forma como brincas com as palavras... "Pesada assim como um móvel, imóvel", mtu bom!

Paulo Olmedo said...

ainda faz mimimi, dizendo que não vai escrever, que perdeu o gosto...
Baita texto. Curto, reto e cheio de significado.