Wednesday 22 April 2009

Nublando

Eu poderia ter soltado a tua mão quando, no meu imaginário, estavas à beira de um precipício. Lá embaixo só haviam gritos, dor, desafeto, escuridão e perigo. Junto a mim, sofrias mais? Eu não saberia dizer. Mas ter a tua sombra aqui por perto sempre foi algo que me fez um tanto quanto feliz. Aquela velha história de ter um motivo maior para acordar todos os dias e encarar o dia, saca?

Nem tenho me atrevido a conversar mentalmente contigo porque de alguma forma eu acredito que tu nunca deves ter pensado seriamente sobre isso mesmo que essa coisa toda ocorresse só na minha cabeça.

Um longo tempo (é, acho que longo sim, alguns dias, ah não, semanas, semanas certamente) passou e eu nem lembrava mais como era parar de respirar quando te via ou sentir as pernas bambas só ao encostar meus lábios nas maçãs do teu rosto. Mas a questão é que tu retornastes, sem querer, mas voltastes. Eu não almejo nada, sigo aqui na minha conchinha fechada, tecendo versos e formando pérolas.

Ainda assim, nada supera o desejo de estar envolta apenas pelo teu abraço.

2 comments:

ricardo ara said...

feito um abraço curto pra não sufocar

já disse o cazuza

Mel said...

Que lindo...
Grande poeta és tu!
;)