Wednesday 4 February 2009

Sabe quando tu saístes por aquela porta ontem, sem dizer sequer uma palavra, sem sequer olhar pra trás? Pois é. Doeu aqui. E hoje, exatamente 15 horas depois do ocorrido eu me encontro no mesmo canto da sala, encolhida. O corpo todo dói. Além da dor física por ter sonhado largada no chão, tem a dor da alma.

Dor das palavras que tu não precisastes mencionar para que eu entendesse que essa era a hora (certa?) da tua partida. Eu estou partida. 

Levanto-me com um pouco de dificuldade, cuidando para não pisar nos cacos de mim mesma, é quase impossível, me vejo espalhada por todo o chão da sala. Te vejo espalhado no chão da sala. Encontrei nossos beijos naquele chão. E todos eles me doem, todos eles me doem, todos eles me choram, me arranham, me espancam.

Lágrimas não rolam mais por essa face mas ainda assim faço força pois dessa forma iria aliviar um pouco desse tormento que se estabilizou aqui agora. Engraçado... a única coisa estável na minha vida é a instabilidade.

Abro a geladeira e está praticamente vazia. Apenas uma jarra com água e um pote de margarina barata. Até o meu sustento tu levastes. Foi aí que eu percebi que provavelmente estivera dormindo há mais de meses e por isso tudo estava tão vazio assim na minha vida. Foi por causa disso que tu sumistes... foi por causa disso que nem o teu olhar de desprezo, eu mereci.

O mais engraçado é que eu sei que o dia continuará amanhecendo com raios de sol. E mesmo assim me vejo continuando com ele...ele, o dia.

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